Praticamente toda a população brasileira acompanhou hoje, 25, o drama no Rio de Janeiro. Sim. Mesmo sendo uma guerra, algo mais pra “Terror” do que para “Drama”, eu destacaria e classificaria esta situação como dramática. A polícia carioca tenta, de uma vez por todas, por um fim à ocupação das favelas no Rio de Janeiro. É a hora do agora ou nunca.
Ou a polícia logra êxito nessa operação, ou então ficará completamente desmoralizada, sem poder de fogo, e um caos ainda maior se instalará no Rio de Janeiro. Não queremos isso. Todo o Brasil assiste, e torce, pela paz no Rio.
Durante todo o dia de hoje, as hashtags “#paznorio”, “#UPP”, e mais uma série de palavras relacionadas à situação dos cariocas figuravam entre os assuntos mais comentados no Twitter.
Enquanto eu dialogava na minha página do twitter com algumas pessoas de diversos setores da sociedade e dos mais variados lugares do Brasil sobre a operação, uma delas me disse que a operação era insuficiente, e que era contra esta. Dizia que o estado tem de garantir educação, lazer, de forma a acabar com isso. Será?
O pensamento não está de um todo discordante do meu. Concordo que o estado deve garantir educação, lazer, segurança preventiva e mais uma série de coisas para evitar que isso aconteça. Entretanto, o problema é que isso já aconteceu. De que adianta agora, com o perigo real e imediato, pensarmos em soluções a longo prazo? De que adianta pensarmos em cosias que já deveríamos ter feito ou que levarão anos para serem feitas? Se as coisas chegaram onde chegaram, devemos mais é mostrar que, se o estado não é eficaz, ele é eficiente.
E aqui destaco a diferença entre eficiência e eficácia, que não cabe a mim explicar, mas é uma diferença substancial. Neste momento, com o tráfico tomando conta do Rio, com as pessoas de bem na favela cercadas e dominadas por traficantes fortemente armados, com a ameaça de uma guerra entre facções no Rio de Janeiro, não devemos pensar em tudo isso. Devemos priorizar, sim, a repressão. O Estado tem de se mostrar forte, capaz, impositivo e coercitivo. O poder coercitivo do Estado, aquele mesmo que a Ciência Política nos ensina e o senso comum nos traduz, é fundamental para que haja, realmente, uma harmonia e uma paz social.
Entretanto, há uma parte correta no pensamento. Reestabelecida a ordem, devemos sim adotar medidas de médio e longo prazo. E destaco o “nós” porque não adianta transferir a responsabilidade para os governantes. Todos somos um pouco responsáveis por isso. A sociedade não é feita pelo governo. O governo é feito pela sociedade. O Brasil, e no caso específico o Rio de Janeiro, precisa dar uma ênfase à educação, ao lazer, à segurança preventiva, ao combate ao tráfico de entorpecentes, ao crime organizado, de forma a manter uma paz na sociedade, tronando-a constantemente harmônica e pouco suscetível a alterações bruscas na ordem.
Portanto, é importante sim que se combata, agora, o problema já constituído. Os bandidos devem temer a força do Estado. E não o contrário.